A transformação digital pode ser também ambiental. Como efeito da substituição do suporte de papel pelo ambiente virtual, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) eliminou, desde 2023, 460 mil caixas de documentos, num total de 2.300 toneladas ou 64.400 metros lineares de folhas que seguiram para a reciclagem e não terão reposição na autarquia.
O impacto da despapelização é claro: para produzir e repor toda a quantidade de papel que seguiu para a reciclagem – cerca de 76 milhões de folhas relacionadas a documentos agora digitalizados –, seriam necessários 57.500 m² de floresta, área maior que a do Parque Trianon (48.600 m²) e equivalente a oito campos de futebol. Seria preciso derrubar 5.750 árvores, capazes de, juntas, remover mais de 120 toneladas de CO₂ do ambiente por ano.
A quantidade também equivale a 2,17 milhões de litros de água ou 217 caixas d’água de 10.000 litros. A produção de uma única folha de papel consome tanta energia quanto uma lâmpada LED de 10 watts acesa por 20 minutos — 0,0033 kWh. O total eliminado pelo Detran-SP, então, representa 1.084 kWh, o suficiente para abastecer 10 residências ou 108 lâmpadas de 10kWH por um mês.
Além do impacto ambiental, a transformação digital ainda pode ser social: o valor arrecadado com a venda da papelada para a reciclagem é repassado ao Fundo Social do Estado de São Paulo (FUSSP), órgão responsável por desenvolver programas sociais para pessoas em situação de vulnerabilidade social ou por prestar apoio a organizações sociais e municípios pela oferta de cursos de capacitação profissional e oferta de ajuda humanitária. Nos últimos dois anos, o montante chegou a R$ 316.367,00.
E a despapelização segue em curso: a cada descarte de caixas de papel, o Detran-SP publica um registro no Diário Oficial do Estado. Na última segunda-feira (2), por exemplo, foi anunciada a eliminação de 6.790 caixas apenas nas dependências do Detran-SP em Campinas – veja o edital aqui. Havia também editais de descarte em Jaguariúna (302 caixas), Hortolândia (653), Indaiatuba (712), Paulínia (768), Valinhos (1.394), Monte Mor (1.485) e Sumaré (3.090).
Outra frente de transformação digital e de eliminação de papel se dá na fiscalização, realizada em parceria com a Polícia Militar e agora também com a Guarda Civil Metropolitana (GCM). Há um ano, o antigo talão de multas em papel deu lugar ao talonário eletrônico. A economia resultante da troca chega a R$ 6 milhões ao ano para o Detran-SP, autarquia vinculada à Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD).
Entre os benefícios do talonário digital para o condutor está a possibilidade de agilizar tanto um recurso contra uma infração, como adiantar o pagamento da multa com desconto de até 40%, por meio do Sistema de Notificação Eletrônica (SNE). Já para o responsável por autuar o motorista e lavrar a infração, o novo talonário traz a vantagem de possibilitar a pesquisa, durante a própria abordagem, sobre o veículo (informações como bloqueios, restrições ou alertas de roubo ou furto) e o condutor (dados da CNH).
Aplicativo que pode ser baixado e usado no celular, o talão eletrônico é conectado aos sistemas estadual e nacional de dados. De fácil manuseio, ainda previne erros de preenchimento, falta ou repetição de informações na autuação, uma vez que memoriza dados de veículo e condutor já anotados anteriormente.
sourceCom informações do Governo de São Paulo
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