Considerando os investimentos da China por unidades federativas, São Paulo é líder em atração de empreendimentos, com 36,2% do total. Em segundo lugar está Minas Gerais, que recebeu 11,7% dos projetos chineses, e em terceiro aparece Goiás, com uma parcela de 6,3%. É o que revela um levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), com base no estoque de 264 projetos confirmados no país entre 2007 e 2023, com volume total de US$ 73,3 bilhões.
“Com sua robusta base industrial, São Paulo facilita novos empreendimentos ou até mesmo aquisições de empresas, que também é uma estratégia muito comum dos investidores chineses”, afirma Tulio Cariello, diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC. Sobretudo a partir de 2010, os chineses colocaram o Brasil no radar, intensificando os aportes no setor produtivo. “Em cerca de 15 anos, os empresários chineses implementaram projetos relevantes alcançando quase todos os estados brasileiros”, ressalta o executivo.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) de São Paulo mantém um escritório em Xangai, que é administrado pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP). “Nesse escritório, realizamos um trabalho contínuo, envolvendo missões, eventos e visitas técnicas, para mostrar à comunidade empresarial e às autoridades chinesas as oportunidades e as vantagens de investir em São Paulo”, explica o secretário Jorge Lima, à frente da SDE.
Segundo Lima, os setores automotivo, de alimentos e bebidas, de energia, químico e de máquinas e equipamentos são os que têm maior fluxo de recursos da China. “Um dos destaques é a GWM, montadora de veículos que anunciou R$ 10 bilhões em investimentos em uma fábrica em Iracemápolis [cidade a 165 km da capital]”, ressalta o secretário.
A equipe da Investe SP também realiza sondagens constantes de projetos de parcerias público-privadas (PPPs) para apresentar para potenciais interessados como operadores, investidores e financiadores. “Um exemplo é o Trem Intercidades (TIC) São Paulo-Campinas, cujo leilão foi vencido pelo consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos, que conta com a participação da chinesa CRRC”, comenta Lima.
Desde o início da atual gestão, mais de 30 delegações chinesas estiveram em São Paulo, em visitas organizadas pela SDE e pela Investe SP, com suporte do escritório de Xangai.
Minas Gerais, por sua vez, atraiu mais de R$ 8,9 bilhões da China desde 2019. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e sua agência Invest Minas realizam missões internacionais para ampliar parcerias e prestam assessoria às empresas interessadas.
“A maior parte dos investimentos recentes foi nos setores do agronegócio, eletroeletrônicos e mineração”, diz Mila Corrêa da Costa, secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. Em dezembro do ano passado, a chinesa Midea inaugurou uma fábrica de eletrodomésticos em Pouso Alegre, a primeira planta 100% própria da empresa no Brasil, com investimentos de R$ 630 milhões e que deverá atingir mil empregos até o final de 2025. Há cerca de dois anos, outra companhia chinesa, a XCMG, anunciou R$ 270 milhões para expansão do seu parque industrial com foco na fabricação de caminhões de grande porte e maquinários.
No ano passado, uma comitiva mineira participou de uma missão em Xangai para debater oportunidades em minerais estratégicos e terras raras, que teve resultado positivo. “Estão previstos seis novos empreendimentos, totalizando R$ 1 bilhão, que deverão gerar mais de 2 mil empregos”, ressalta a secretária costa.
Outros Estados ampliam a atuação internacional para potencializar o desenvolvimento econômico. É o caso do Paraná, que ocupa a sétima posição em número de projetos chineses, segundo o CEBC. Missões comerciais, recepção de delegações e rodadas de negócios são organizados pela Invest Paraná. “Essas iniciativas visam fomentar a cooperação bilateral em setores-chave como infraestrutura, energia, agronegócio e industrial”, Eduardo Bekin, diretor-presidente da agência paranaense de promoção de investimentos.
Um dos marcos recentes foi o anúncio da joint venture entre a Renault e a chinesa Geely para a produção e comercialização de veículos híbridos e elétricos em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. “O Paraná será a base industrial para a América Latina, reforçando o papel do Estado como polo de inovação na indústria automotiva”, avalia Bekin.
Outro exemplo é que, desde 2018, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) integra o portfólio da China Merchants Port Holding Company (CMPort), o maior e mais competitivo desenvolvedor, investidor e operador de portos públicos da China.
No ano passado, a Invest Paraná atendeu 20 empresas chinesas interessadas em realizar negócios no Estado, sendo que em 2023 foram 15. Avic International Beijing, China Communications Construction Company (CCCC) e China National Chemical Engineering Corporation (CNCEC) seguem prospectando projetos de infraestrutura, energia e saneamento no Paraná.
Na região Nordeste, a Bahia se destaca e está no quarto lugar do ranking de atratividade de projetos da China. “São investimentos chineses principalmente na indústria manufatureira e na área de energia”, comenta Cariello, do CEBC. A chinesa BYD está avançando nas obras de sua fábrica de carros elétricos em Camaçari, com investimentos de R$ 3 bilhões. Além disso, há investimentos chineses em parques eólicos no Estado.
sourceCom informações do Governo de São Paulo
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