Parasita responsável pela infecção pode permanecer no organismo por toda a vida; bebês e indivíduos com baixa imunidade correm mais risco



A transmissão pode ocorrer no contato com fezes contaminadas de felinos, no consumo de água contaminada ou alimentos mal lavados- Foto: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, transmitido principalmente pelo consumo de água ou alimentos contaminados. A doença é assintomática na maioria dos casos, mas pode se manifestar de forma grave em bebês de gestantes infectadas e indivíduos com sistema imune comprometido, como aqueles que vivem com HIV, transplantados ou que estão em tratamento oncológico. A ocorrência de enchentes pode aumentar o risco de contaminação.

No Brasil, a toxoplasmose atinge uma em cada três pessoas, segundo o Instituto Adolfo Lutz. Entre 2019 e 2022, foram 40 mil casos registrados. De forma geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada 10 pessoas adoece todos os anos após consumir alimentos contaminados por microrganismos e 420 mil vão a óbito por ano no mundo. Crianças menores de 5 anos representam quase um terço das mortes.

A toxoplasmose aguda pode causar inchaço nos gânglios linfáticos, fadiga, falta de apetite, febre e dores musculares durante cerca de um mês. A doença geralmente não gera complicações e pode ser tratada somente com medicamentos para combater os sintomas, de acordo com o Ministério da Saúde. Também existem antiparasitários específicos que ajudam a inativar a infecção, mas não eliminam o parasita.

Casos graves podem se apresentar de diferentes formas, resultando em danos ao cérebro, olhos ou outros órgãos afetados pelo protozoário. Esses quadros se desenvolvem a partir de uma infecção aguda ou de uma infecção que ocorreu anteriormente na vida e foi reativada, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Na toxoplasmose congênita (adquirida durante a gestação), por exemplo, a maioria dos bebês não tem sintomas ao nascer, mas pode ter a infecção reativada na vida adulta. Uma pequena porcentagem de recém-nascidos apresenta lesões oculares ou cerebrais graves. A infecção na gravidez também pode provocar aborto espontâneo, natimortalidade ou malformações.

A toxoplasmose ocular é caracterizada por visão reduzida, visão turva, dor nos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e, em alguns casos, perda da visão. Essa forma da doença normalmente acontece quando uma infecção congênita é reativada, e costuma se manifestar na adolescência ou início da vida adulta.

Já na toxoplasmose cerebral, mais comum em pacientes imunocomprometidos, pode ocorrer cefaleia, febre, alteração do estado mental, convulsões, coma, perda motora ou sensorial e alterações visuais. A infecção é uma das principais causas de lesões cerebrais focais, coma e morte em pacientes com HIV.

A ocorrência de enchentes pode aumentar o risco de contaminação – Foto: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Aprenda a se prevenir

Manter boas práticas de higiene pessoal e dos alimentos, além de fazer acompanhamento pré-natal, no caso das gestantes, são as medidas mais eficazes para evitar a toxoplasmose.

Ao contrário da crença popular, o Ministério da Saúde ressalta que o contato com gatos e felinos não causa a doença. A transmissão ocorre no contato com fezes contaminadas de felinos, no consumo de água contaminada ou alimentos mal lavados ou mal cozidos.

Fique atento às recomendações para prevenir a toxoplasmose:

  • Consuma água tratada, se possível. Se não, utilize filtros ou ferva a água por 5 minutos antes de consumir
  • Limpe as caixas d’água regularmente e mantenha-as bem vedadas
  • Cubra as caixas de areia onde as crianças brincam para evitar que os gatos as utilizem
  • Não alimente gatos com carne crua ou malpassada
  • Limpe a caixa de areia dos gatos de estimação diariamente (gestantes e pessoas com baixa imunidade devem evitar o manuseio das caixas). Quando possível, utilize máscara e luvas, e sempre lave bem as mãos com sabão após a limpeza
  • Aqueça cortes inteiros de carne vermelha a pelo menos 65,6°C, com 3 minutos de repouso após o cozimento; carne moída e carne de caça selvagem a 71,1°C e aves a 73,9°C (o cozimento de micro-ondas não é confiável para matar o protozoário)
  • Congele carnes a uma temperatura de -12°C
  • Lave bem as mãos após o manuseio de carnes cruas ou frutos do mar, assim como as bancadas e utensílios
  • Evite beber leite não pasteurizado e produtos lácteos feitos com leite não pasteurizado
  • Lave bem as frutas e legumes com água tratada antes de descascá-las e comê-las

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Com informações do Governo de São Paulo

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